O Google manifestou-se hoje contra um projeto de lei australiano para a forçar a pagar os conteúdos de notícias, numa carta aberta em que considera que a medida representa um risco para os seus serviços e dados pessoais dos usuários.
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No final de julho, o governo australiano divulgou um esboço de um “código de conduta vinculante”, que tem como objetivo reger as relações entre os órgãos de imprensa, em grandes dificuldades financeiras, e os “gigantes” que dominam a Internet, principalmente a Google e o Facebook.
A medida contempla multas milionárias para quem não cumprir as regras e exige transparência dos algoritmos, que estas empresas mantêm em sigilo e que utilizam para classificar o conteúdo.
O Google iniciou uma ofensiva para evitar que as medidas entrem em vigor.
Nesta segunda-feira (17), a empresa afirmou em um anúncio em sua página inicial que “a forma como os australianos usam o Google está em risco” e suas buscas serão “afetadas” pelas mudanças.
O texto adverte ainda que o grupo será obrigado a entregar informações sobre as buscas dos usuários às empresas jornalísticas e fornecer informações que “as ajudarão a aumentar artificialmente sua classificação” acima de outros mecanismos de busca.
Google alega que já paga milhões de dólares aos meios de comunicação australianos e facilita bilhões de visitas por ano aos sites.
“Porém, ao invés de promover este tipo de associação, a lei dará tratamento especial às grandes empresas jornalísticas e as incentivará a fazer demandas enormes e insanas que poderiam colocar nossos serviços gratuitos em risco”, completa o texto.
A legislação agirá inicialmente no Facebook e Google, dois gigantes do setor, mas eventualmente será aplicada a outras plataformas digitais.
A proposta australiana desperta interesse em todo o mundo, já que muitos países querem que estas empresas paguem pelas notícias que enriquecem seus serviços e que obtêm de maneira gratuita.
Em parceria com o site Saiba de Tudo