

O caso de Vanessa Brown, presa por suspeita de roubo ao confiscar os dispositivos das próprias filhas, levanta debate sobre o uso de recursos policiais e prioridades nas investigações
Vanessa Brown, professora de história de 50 anos e mãe de duas adolescentes, passou mais de sete horas em uma cela de custódia após confiscar os iPads de suas filhas em uma tentativa de afastá-las das distrações durante os estudos. O episódio, que ocorreu em Surrey, no Reino Unido, resultou em sua prisão por suspeita de roubo.
Levada à delegacia de Staines, Brown foi revistada, fotografada e teve suas impressões digitais registradas. A polícia também chegou a ir até a escola das meninas, retirando uma delas da sala de aula. Mais tarde, as autoridades reconheceram que os dispositivos pertenciam às filhas e que Brown tinha direito de retê-los.
A detenção aconteceu na casa da mãe de Brown, uma senhora de mais de 80 anos, onde a polícia localizou os iPads com base em um rastreamento. Segundo os agentes, a professora teria se recusado a cooperar, o que motivou a prisão.
Após um total de 12 horas de tensão, Brown foi libertada sob fiança com a condição de não se comunicar com as filhas durante a investigação – o que quase a impediu de passar o Dia das Mães com elas. Só mais de 24 horas depois foi informada de que nenhuma ação adicional seria tomada.
“Foi um trauma indescritível”, disse Brown à rádio LBC. Ela criticou a resposta exagerada das autoridades, que mobilizaram viaturas e policiais com rapidez surpreendente. “Enquanto casos graves ficam dias sem resposta, eu fui tratada como criminosa por algo absurdo.”
O caso gerou críticas de figuras públicas, como o ex-comissário Anthony Stansfeld, que classificou a abordagem como “incompetente e excessivamente zelosa”. Ele pediu que a polícia peça desculpas pessoalmente à professora.
Além de mãe de duas adolescentes, Brown é chefe do departamento de Teologia, Filosofia e Ética de uma escola em Cobham, onde vive há quase duas décadas. É também entusiasta do rúgbi e participa ativamente do clube local.
O incidente repercutiu ainda mais após vir à tona outro caso semelhante: um casal em Hertfordshire foi preso por 11 horas por comentários feitos em um grupo de WhatsApp sobre a escola da filha. Seis policiais foram enviados à casa deles. Após cinco semanas, a polícia concluiu que não havia crime a ser investigado.
Esses episódios reacenderam o debate sobre o uso dos recursos policiais e a forma como denúncias banais vêm sendo tratadas com medidas extremas.
Fonte e imagens: Mail / Divulgação. Este conteúdo foi criado com a ajuda da IA e revisado pela equipe editorial.